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Produção de Búfalas de Leite

Produção de Búfalas de Leite

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Um livro precioso!

A edição espanhola desta obra percorreu consagradora trajetória desde seu lançamento no V Simpósio Búfalos das Américas, que teve lugar em Mérida, Venezuela, em outubro de 2008. Concederam-me seus autores a honra, agora renovada, de cunhar o prefácio, onde afirmei que se tratava de um livro precioso. Tenho fartos e consistentes motivos para ratificar meu juízo. A edição em língua portuguesa, falada em um só país das Américas, que se destaca pela imponência das dimensões de território e de sua população, veio em momento propício. A bubalinocultura cresce com extraordinário vigor em todas as regiões e o livro será poderoso indutor da adoção de procedimentos e práticas de melhoria nos processos produtivos em curso no interior das fazendas. Ademais, será uma celebração pelos 50 anos de fundação da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos, hoje presidida pelo dinâmico Élcio Reis.

O valor intrínseco da obra repousa sobre a espécie e suas imensas possibilidades de crescimento em todo o chamado Novo Continente. “A pérola negra”, epíteto da lavra do destacado criador sul-riograndense Erizolei Belmiro da Silva, veio por muitas vias e em dissímeis circunstâncias para cada um dos países que o compõem. Para o Brasil, sabe-se que aportou por volta de 1890-95 na Ilha de Marajó, trocado por víveres com habitantes da Guiana Francesa, de onde se expandiu para todos os estados, desde o norte equatorial, úmido e quente, ao sul, de clima subtropical ou semitemperado, em que temperaturas abaixo de zero são comuns do final do outono ao início da primavera. Por direito e justiça, em nossas terras, estabeleceu fixou sua morada e se fez cidadão. Mais que meros criadores, conquistou adeptos apaixonados.

Tudo de bom e muito bom tem o búfalo. Sua carne guarda cor vermelha intensa, gordura branca, textura suave, suculência e paladar esquisito, na verdadeira acepção do termo como é mais conhecido nos idiomas italiano e espanhol. Pode-se prepará-la ao forno, assado, na panela. Produz excelentes pastrami e carpaccio, receitas originais italianas de carne bovina, a quem nada fica a dever em matéria de qualidade e sabor. Seu couro apresenta propriedades especiais para elaboração de industrial, no artesanato, laços, selas, rédeas e acessórios de montaria.
A partir deste livro, disporão criadores, profissionais de ciências agrárias, professores e pesquisadores de ferramenta eficaz para aprofundar-se no tema búfalos. No entanto, tem o búfalo características de valor ainda não suficientemente destacadas e valorizadas na literatura zootécnica. A largura de suas mandíbulas, com 12-14cm, faz do búfalo uma espécie de baixíssima habilidade seletiva no pastejo. Seu trato digestório é mais comprido que nos bovinos. A velocidade de passagem do bolo alimentício é lenta e flora ruminal, muito particular da espécie, atua de forma dura sobre pastos fibrosos, com altos teores de celulose e hemiceluloses, desdobrando-as e digerindo-as em proporções elevadas. A combinação dessas duas características permite-lhe produzir leite, ganhar peso e reproduzir-se regularmente, circunstância em que as outras espécies de herbívoros de interesse zootécnico apenas se manterão vivos.
Uma surpresa no manejo dos búfalos foi constatar-se que não só respeitam os limites das cercas elétricas como as temem mais que as outras espécies de grandes ou pequenos ruminantes domésticos. Os búfalos não são animais saltadores e os piquetes podem ser construídos com o emprego de um só fio de arame, ao contrário da raça bovina Nelore, a mais criada no Brasil, que requer dois fios para as cercas elétricas, de custos mais altos e demandadoras de grande quantidade de madeiras e materiais da indústria siderúrgica. A segunda agradável surpresa foi que em termos de facilitação social, os búfalos atenderam a chamados poucas horas depois do início da escolarização. As duas surpresas ou constatações, que podem ser apropriadamente chamadas de descobertas, tiveram imediata importância para a ciência, com padrão de grande valor prático no manejo dos pastos e dos animais. Os búfalos eram tidos como animais dóceis apenas em pequenos grupos, dois a três animais ou pouco mais, conduzidos a pé por uma pessoa, como é comum na Ásia. A partir daí se pôde afirmar que são dóceis e obedientes mesmo manejados em lotes grandes, como requer a moderna zootecnia baseada na utilização intensiva e racional das pastagens.
Que dizer do leite das búfalas? Poder-se-ia, sem nenhum exagero afirmar: “insuperável”! Sabe-se, sempre o comparando com o leite das vacas, mais importante em volume, que contém mais sólidos totais e tem maior aproveitamento industrial. Supera-o em proteínas, lactose, gordura e calorias. A búfala, em sua complexa fisiologia digestiva, transforma completamente os pigmentos carotenóides, abundantes nos pastos verdes em vitamina A, o que faz sua manteiga ser branca e pura, como o manto da Virgem. O leite bubalino é produzido e destinado, mais que tudo para a indústria, como componente de sorvetes, doces e iogurtes. Não me estenderei sobre a “mozzarella”, denominação de origem controlada proveniente exclusivamente do leite de búfala. A obra se encarregara dessa tarefa.

Este livro nos mostra uma faceta quase inédita, que deve ser ressaltada por sua importância e como exemplo a ser referenciado e seguir. Sua autoria é compartilhada entre três dos mais conceituados professores de zootecnia do continente. Todos com currículos adornados por trabalhos de investigação de elevado conteúdo técnico e cientifico, e um criador, conhecido e reconhecido por suas experiências em manejo racional de búfalas leiteiras e suas crias.
O professor André Mendes Jorge da Faculdade de Medicina e Veterinária e Zootecnia de Botucatu (UNESP). Botucatu desfruta de justa fama das Ciências Agrárias das Américas. Afortunadamente para nós que nos envolvemos com a atividade desempenha-se com raro brilho como autor e co-autor de trabalhos científicos, orientador de teses de pós-graduação, conferencista internacional e difusor da bubalinocultura em todo o continente.

Os professores Exequiel Maria Patiño e Gustavo Ángel Crudeli, da Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade Nacional do Nordeste (UNNE), com sede em Corrientes, são orgulho da ciência animal da Argentina. Especialistas em bubalinocultura, a qual se dedicam com empenho e paixão como propulsores da Associação para a Produção e Desenvolvimento do Búfalo na Argentina (ABUAR). Por suas influências, não para de crescer o número de criadores que se incorporam à atividade em todas as províncias do país irmão. Foram, com Dr. Marco Zava e Federico Romero, presidente da Associação Argentina de Criadores de Búfalos, protagonistas e organizadores do 9º Congresso Mundial de Búfalos, realizado em abril de 2010 em Buenos Aires, ao qual afluíram criadores, professores e pesquisadores de todos os continentes.

O capítulo escrito pelo criador Alberto de Gusmão Couto é guia prático de valor inestimável. A maioria das experiências que aporta ao livro é fruto de seu acendrado amor pelas búfalas, seu amplo espírito de observação e comovedora humildade em aprender com o pessoal operativo de seu estabelecimento rural Castanha Grande, situado em Quitunde, estado de Alagoas. Com linguagem de fácil compreensão e baseada na prática, que é o único critério da verdade, agracia os leitores com informações valiosas para que se façam a cada dia mais eficientes na bubalinocultura de leite.
A participação de três professores-pesquisadores e um criador, engenheiro civil de profissão e pós-graduando em Zootecnia pela Universidade Federal de Alagoas, onde desenvolve tese sobre bem-estar de búfalas leiteiras, é uma dádiva para a ciência animal e a Zootecnia do Brasil e da Argentina, porém serão beneficiados todos os países em que a bubalinocultura cobra crescente importância, como Paraguai, Colômbia, Venezuela e mais recentemente Costa Rica e México.

Que continue o livro em sua senda gloriosa e seus autores tenham longa, feliz e frutífera vida!

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  • Editora: Fepaf
  • ISBN: 9788598187310
  • Autor: André Mendes Jorge, Alberto de G. Couto
  • Edição: 1
  • Data de Publicação: 2011-01-01 00:00:00
  • Número de páginas: 181