IA 287 - Agricultura Orgânica e Agroecologia

                 Em um extenso relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), de 2010, a agroecologia foi identificada como um modo de desenvolvimento agrícola, que não só mostra fortes conexões conceituais com direito à alimentação, mas também resultados comprovados para o progresso rápido na concretização desse direito, para muitos grupos vulneráveis em vários países e ambientes. No Brasil, esse debate iniciou-se ainda na década de 1980, por intermédio de organizações e movimentos sociais. 
A internalização dessa abordagem, na EPAMIG, ocorreu em meados dos anos de 
1990. A agroecologia tornou-se mais do que uma ciência, pois agrega o conhecimento científico de diferentes áreas ao conhecimento tradicional dos agricultores, buscando, por meio de saberes, construir uma proposta de desenvolvimento rural sustentável. A pesquisa e a extensão vivem, então, o desafio de adequar seus trabalhos às demandas e à diversidade dos agricultores familiares. Verifica-se, ainda, certa desarticulação entre os sistemas de pesquisa e de assistência técnica e extensão rural, tanto em âmbito público como privado. É importante atentar para o processo a ser construído, o qual envolve diferentes mãos e realidades. É preciso olhar para frente e caminhar juntos e articulados. 
Neste número da Revista Informe Agropecuário são abordados temas de relevância para a agricultura orgânica, a partir de demandas dos agricultores familiares e organismos voltados à produção de alimentos dentro dos princípios agroecológicos. Além disso, são apresentadas as experiências da Embrapa com relação à transição agroecológica; do Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata (CTA-ZM) sobre intercâmbios agroecológicos, e uma apropriada abordagem da EPAMIG sobre a interface pesquisa, extensão e agricultura familiar.