Buscar a solução do desmatamento apenas na aplicação do manejo com fins madeireiros ou evitar o desmatamento para sair do "vermelho" ambiental é uma abordagem incompleta do problema que leva a resultados inconclusos. Para "dar à mata o que é da mata", é preciso valorizá-la como fator de vida em todos os sentidos - social, cultural, biológico, político, econômico, etc. - e só há um caminho: olhar, entender, estudar e até mesmo usá-la, rastreando-a, porém, com todas as lentes da ecologia complexa, da sociologia multidimensional, da ciência florestal, ou seja, com um olhar sistêmico ampliado. A falta desse tipo de abordagem é responsável por certas "invenções", como imaginar a atividade extrativa mineral sustentável e integrada à paisagem florestal, algumas apoiadas por incentivos fiscais ou créditos subsidiados por agências públicas governamentais. Daí os autores considerarem que as políticas públicas implementadas na Amazônia sejam indutoras do desequilíbrio ambiental, promotoras de práticas ambientalmente equivocadas, contrariando os enunciados da sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental. Ao reconhecerem, então, as iniciativas governamentais e particulares como ineficientes para alcançar o desenvolvimento humano completo, os autores propõem uma política agrícola para a Amazônia, centrada no aproveitamento das áreas já desmatadas, das várzeas, da floresta e dos recursos pesqueiros.
- Edição: 1
- Editora: Embrapa
- Autor: Alves, Raimundo Nonato Brabo
- ISBN: 9788587690791
- Data de Publicação: 2008-01-01 00:00:00
- Número de páginas: 243